ES tem melhores BRs do país, diz o Dnit, mas realidade enfrentada pelos motoristas nas rodovias é outra

  • 10/07/2024
(Foto: Reprodução)
Análise considera, por exemplo, a existência de panelas, remendos ou trincas na pista e é feito mensalmente pelo órgão. Mas motoristas enfrentam outra realidade no dia a dia. ES tem melhores BRs do país, diz o Dnit, mas realidade enfrentada por motoristas é outra Um levantamento realizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apontou que o Espírito Santo é o estado com melhor malha viária de rodovias federais do país. A análise foi realizada em 562,8 quilômetros de BRs que passam pelo território, sendo que 526 km foram classificados como "bom", o que representa 94% do total. Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Telegram O Índice de Condição da Manutenção (ICM) é realizado mensalmente pelo departamento e os dados são relativos ao mês de maio de 2024. Logo após o Espírito Santo, o segundo estado com melhor resultado apresentado foi Mato Grosso do Sul, com 85% da malha considerada boa. Trecho da BR-262 no Espírito Santo. Fernando Madeira/Rede Gazeta Segundo DNIT, Espírito Santo tem melhores BRs do país, mas levantamento não corresponde à realidade de motoristas. DNIT 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp No levantamento, foi avaliada apenas a malha rodoviária federal administrada pelo Dnit, que possui serviços de manutenção e conservação realizados por empresas contratadas por meio de licitação. As rodovias que não estão sob a jurisdição do departamento - como trechos sob concessão ou rodovias estaduais - não foram avaliadas. Ou seja, no Espírito Santo, a BR-101 não foi analisada porque a rodovia está concedida à iniciativa privada. LEIA TAMBÉM: Acidente entre ônibus e van com torcedores do Corinthians deixa 3 mortos e 12 feridos na BR-262, no ES Irmãos do ES que morreram após batida de carros na BR-101, no Sul da BA, voltavam de velório do pai Segundo o Ministério dos Transportes, a pesquisa é feita a partir de levantamento de campo, e classifica cada segmento em quatro categorias: péssimo, ruim, regular ou bom. Esse cálculo é composto pelo Índice de Pavimentação – IP (panelas, remendos e trincas), que representa 70% do valor final; e pelo Índice de Conservação – IC (roçada, drenagem, sinalização horizontal e vertical), que representa os 30% restantes. Condição da Malha Rodoviária - Melhores Resultados Outro lado da pesquisa O engenheiro e professor de pavimentação Lauro Keler acredita, por outro lado, que essa avaliação positiva pode ser exagerada e não corresponde à percepção do motorista, no dia a dia, porque no estado os problemas das vias federais são maiores que questões de manutenção. "O problema do Espírito Santo é que as rodovias estão trabalhando em níveis de serviço piores do que deveriam estar. O tráfego em todas elas está pedindo que sejam feitas melhorias estruturais, duplicação, terceira faixa, quer dizer, aumentar a sua capacidade", explicou. Trecho da BR-259 em Colatina, Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Ainda que o trecho esteja bem conservado, não é isso o que determina o toda a condição da estrada. "Mesmo que a manutenção esteja boa, não é só isso. Você sabe que quando sai para uma rodovia federal aqui no estado vai ter que ter paciência, vai ficar atrás de caminhão. Se você considerar as estradas como um todo, elas estão de um jeito que é como se você quisesse botar um time profissional de basquete dentro de um fusquinha muito bem conservado". LEIA MAIS: Governo do ES desiste de assumir a administração da BR-101 Passageiro morre após caminhão bater em boi no Contorno do Mestre Álvaro; morte é a 1ª no novo trecho da BR-101 no ES VÍDEO: carros batem de frente e adolescente de 16 anos morre e outras 4 pessoas ficam feridas na BR-101 no ES Na avaliação do professor, a pior situação é a da BR-101, já que, mesmo o trecho estando sob concessão, ainda não está bem resolvido. Mas muitas deficiências se repetem em outras rodovias no estado, como mortes, acidentes e falta de publicação. "Estavam querendo resolver os problemas na base da concessão, só que são concessões que não vão para frente. Na hora de apresentar a proposta, na maioria das vezes, as empresas acham que depois de ganhar a vão conseguir melhorar as condições do contrato. Aí quando não conseguem, elas abandonam. Toda semana tem um acidente grave na BR-101, esses acidentes acontecem porque o volume de tráfego é muito grande, muito superior à capacidade da via. Apenas a sinalização é um pouco melhor.", avaliou. Rodovias federais que cortam o Espírito Santo: BR-101 BR-259 BR-262 BR-342 BR-381 O superintendente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviário de Cargas e Logística no Espírito Santo (Transcares), Mário Natali, também entende que as rodovias federais que cortam o estado não são proporcionais ao fluxo de veículos que existe. "As principais estradas começaram a ser construídas na década de 1970 e não passaram por grandes mudanças estruturais depois disso. Hoje, a carreta é de até 74 toneladas. Naquela época, era menos que a metade disso. Isso sem falar do aumento de empresas, de veículos, tanto dos usuários comuns - motoristas, caminhoneiros -, como do motorista ocasional - de final de semana". BR-262 no Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta Para Natali, a BR-262 é a que apresenta mais dificuldade para quem trafega. "É uma via que não sofreu grandes intervenções físicas nos últimos anos e enfrenta uma novela para sua duplicação. É uma construção do século passado, de geometria sinuosa, inclinações, se vale apenas de radares para estancar a velocidade, acostamentos pequenos, quando eles existem, e ainda passa por uma mudança radical do clima, favorecendo o aparecimento de neblina e cerração em alguns trechos", pontuou. LEIA MAIS: BR-262 vai ganhar novo traçado no ES e contar com túnel e viadutos Túnel e passarelas: saiba quais intervenções estão previstas na obra de duplicação da BR-262, no ES Acidente deixa dois mortos e feridos na BR-262 no ES Para ele, a via deveria passar por uma intervenção de engenharia e reexame da geometria do traçado, para que fossem avaliadas questões mais grave e mais estruturais do que manutenção do asfalto. "Fazer engenharia de trânsito é extremamente oneroso para o poder público, que se acostumou a dar algumas soluções provisórias, o chamado jeitinho. Como, na minha avaliação, é o que fizeram com a terceira faixa. Ela é funcional em pontos específicos, mas não resolve o problema. [...] Precisamos de rodovias menos sinuosas, mais inteligentes, que perdoam mais os erros, ou seja, te dão chance de sobreviver com acostamentos, sem grandes alturas, com fluxo de ida e volta dividido, acostamentos espaçosos, entre outros", citou. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/07/10/es-tem-melhores-brs-do-pais-diz-o-dnit-mas-realidade-enfrentada-pelos-motoristas-nas-rodovias-e-outra.ghtml


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