Major do ES é condenado pelo STF a 17 anos de prisão por tentativa de golpe
22/10/2025
(Foto: Reprodução) Major do ES é condenado por trama golpista
O major do Exército Ângelo Martins Denicoli, morador de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (21), a mais de 17 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Denicoli era um dos réus da Ação Penal (AP) 2694, denunciada por disseminar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e atacar instituições e autoridades públicas, contribuindo para a articulação golpista. O major era o único capixaba apontado como participante do esquema.
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O major fazia parte do Núcleo 4 da investigação da tentativa de golpe, denominado “Núcleo da Desinformação”.
Em setembro, a Primeira Turma condenou oito réus do Núcleo 1 , formado pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro e ex-integrantes do primeiro escalão do seu governo.
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Reprodução/Facebook Angelo Denicoli
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Ângelo Martins Denicoli foi condenado a mais de 17 anos de prisão em regime, inicialmente, fechado. Ao todo, sete réus que fazem parte do núcleo foram condenados por quatro votos a um, por meio da Ação Penal (AP) 2694.
Além das penas privativas de liberdade (prisão), foram estabelecidas multas para todos os réus. Eles também pagarão, de forma solidária, uma indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos, juntamente com todos os condenados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Defesa diz que major só participou de reunião
Um dos pontos citados na denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), é a participação de Denicoli na reunião de elaboração de um relatório feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL, que ataca as urnas eletrônicas.
Na última terça-feira (14), durante o início do julgamento no STF, a defesa do major alegou que Ângelo Martins Denicoli participou apenas de uma reunião do instituto, sem presumir que cometeria crime.
“O Ângelo teria participado de uma reunião, assim como outras pessoas também participaram e não foram denunciadas”, disse a defesa do major no STF.
Após a condenação, a reportagem não conseguiu estabelecer contato com a defesa do major.
Major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli
Reprodução/LinkedIn
Quem é o major
Ângelo Martins Denicoli é morador de Colatina, no Noroeste do Estado, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras.
Ocupou cargo de direção no Ministério da Saúde, na gestão Eduardo Pazuello. No período, promoveu ataques e informações falsas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias da pandemia.
Em fevereiro de 2024, o major foi alvo da operação da "Tempus Veritatis", da Polícia Federal, por suposta ligação à tentativa de Golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Cerca de uma semana depois foi exonerado do cargo de assessor especial que ocupava, na ocasião, na Companhia de Processamento de Dados de São Paulo (Prodesp), empresa pública de TI do Estado de São Paulo.
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