Tia e mãe são acusadas de matar jovem após ele descobrir que as duas mataram o pai dele no ES
14/06/2025
(Foto: Reprodução) Irmãs assassinaram o pai do jovem por causa do seguro de vida. O filho descobriu e ameaçou entregá-las à polícia. Por isso, elas também tramaram a morte do rapaz. Crimes aconteceram em 1999 e 2001. Tia foi presa nesta quinta-feira (12). Mulher é presa por morte de sobrinho e dois cunhados no ES
Uma mulher de 58 anos foi presa, nesta quinta-feira (12), acusada de matar o sobrinho no Espírito Santo. A prisão aconteceu somente 23 anos depois do crime. A mãe do rapaz também é acusada de ajudar a irmã no assassinato, mas ainda não foi presa. A motivação, segundo a Justiça, foi uma queima de arquivo, já que o rapaz descobriu que as duas mataram o pai dele.
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Juliano Luis Christ tinha 20 anos quando foi morto em 2 de janeiro de 2002, no sítio da mãe dele, Carmem dos Santos Coutinho Christ, na zona rural de Marechal Floriano, região Serrana do Espírito Santo.
Para a acusação, Carmen e a irmã, Rosália Rosa dos Santos Coutinho Silveira, contrataram três pistoleiros para executarem Juliano.
Primeira tentativa de morte
Segundo processo no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TC-ES), antes de ser morto, em 21 de dezembro de 2001, Juliano foi alvo de um ataque a tiros em Canaã, em Viana, na região Metropolitana.
Ele estava dirigindo quando teve o carro emparelhado por outro, com dois ocupantes. Os criminosos perguntaram se ele era Juliano e, com a confirmação, atiraram. A vítima foi socorrida e levada para um hospital. Ele recebeu alta e foi para o sítio da mãe, onde morreu menos de um mês depois.
Ainda de acordo com a Justiça, tanto o atentado quanto a morte foram encomendados pelas irmãs Carmem (mãe de Juliano) e Rosália (tia de Juliano), como queima de arquivo.
Motivação foi morte do pai do rapaz
A sentença afirma que Juliano foi morto porque descobriu que mãe e tia tinham sido mandantes da morte de Luiz Christ Primo, pai de Juliano e marido de Carmem.
Luiz foi morto a facadas na BR-262, na localidade de Santa Isabel, em Domingos Martins. Carmem queria um seguro de vida dele no valor de R$ 82 mil.
Em reportagens que circularam na época, Carmen chegou a ser inocentada pelo caso, em 2014. Mas o processo continuou correndo. Em 2021, por exemplo, ela estava presa preventivamente, por conta da investigação referente à morte de Luiz.
No processo, consta também que Juliano ameaçou denunciar a mãe e a tia, o que gerou uma briga. Carmem chegou a dizer que o filho teria o mesmo destino que o pai.
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Morte de outro marido
Mesmo depois de ser acusada dos dois homicídios, Carmem e Rosália foram envolvidas em outro processo: o da morte do então marido de Carmem, João Eduardo Dittrich, com quem ela estava casada há 8 anos.
No dia 13 de março de 2010, em Areinha, Viana, João foi dopado, dentro da própria casa, amarrado, enrolado em um lençol e levado até Biriricas, em Domingos Martins. Lá, ele foi jogado no Rio Jucu e morreu.
Conforme consta no processo, Carmen e Rosália teriam dopado João, porque o homem descobriu que as duas estavam efetuando saques da conta dele, sem autorização, e também devido à venda da residência em que o casal vivia.
Centro Prisional Feminino de Cariacica, ES
Sejus/Divulgação
Mandados de prisão
Na última quinta-feira (12), a Justiça expediu mandado de prisão para as duas irmãs, pelo caso da morte de Juliano. No documento, consta que a pena restante é de 14 anos, e que deve ser cumprida em regime fechado.
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Rosália deu entrada no Centro Prisional Feminino de Cariacica nesta sexta-feira (13). Já Carmen não foi presa.
A defesa das duas não foi localizada.
Cronologia
3 de abril de 1999: Luiz Christ Primo, pai de Juliano e marido de Carmem, foi morto a facadas às margens da BR-262, em Santa Isabel, Domingos Martins.
21 de dezembro de 2001: Juliano Luis Christ foi alvo de um ataque a tiros em Viana
02 de janeiro de 2002: Juliano foi morto no sítio da mãe, onde estava após receber alta do ataque a tiros.
13 de março de 2010: João Eduardo Dittrich, então marido de Carmem, foi dopado, dentro da própria casa, amarrado, enrolado em um lençol e levado até Biriricas, em Domingos Martins. Lá, ele foi jogado no Rio Jucu e morreu.
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